quarta-feira, janeiro 31
A Despensa
Oiça Lá Ó Senhor Vinho
vai responder-me,
mas com
franqueza:
porque é que tira toda a firmeza
a quem
encontra no seu caminho?
Lá por beber um copinho a
Mais
até pessoas pacatas,
amigo vinho, em desalinho
vossa mercê faz andar de gatas!
É mau
Procedimento
e há intenção naquilo que faz.
Entra-se
em desequilíbrio,
não há equilíbrio que seja capaz.
As leis da Física falham
e a vertical
de qualquer lugar
oscila sem se deter
e deixa de ser
perpendicular.
"Eu já fui", responde o vinho,
"A
folha solta a brincar ao vento,
fui raio de sol no
firmamento
que trouxe a uva, doce carinho.
Ainda
guardo o calor do sol
e assim eu até dou vida,
aumento
o valor seja de quem for
na boa conta, peso e medida.
E só faço mal a quem
me julga ninguém
e faz
pouco de mim.
Quem me trata como água
é ofensa,
pago-a!
Eu cá sou assim."
Vossa mercê tem
Razão
e é ingratidão
falar mal do vinho.
E a
provar o que digo
vamos, meu amigo,
a mais um
copinho!
Alberto Janes para a voz de Amália Rodrigues
terça-feira, janeiro 30
ETA no aeródromo da Amoreira: 9 da manhã...
segunda-feira, janeiro 29
Algumas curiosidades sobre os livros de cozinha em Portugal...
Na Biblioteca Nacional existem vários manuscritos anteriores a este livro, sendo um dos mais antigos Receitas de milhores doces e de alguns guizados particullares e remedios de conhecida expiriencia que fes Francisco Borges Henriques para o uso da sua caza. No anno de 1715. Tem seo alfabeto no fim. Esta obra tem de tudo, para todas as necessidades e gostos. Ora vejam só: receitas de queijadas, ovos-moles e pudins a par de «um remédio para as mulheres que casarem parecerem donzelas», modo de tratar as tripas do Porto ou a cabeça de vitela e logo «uma oração de Santa Quitéria para Homens e Animais mordidos por cães ou outro algum animal derramado que há-de dizer um Sacerdote com sobrepeliz e estola à porta da Igreja, com cruz alçada», pratos de bacalhau, morcelas, empadas e frangão, ao lado de remédios «para crescer o cabelo onde precisar» e de um «Cerimonial dos Lutos». Parece-me uma obra da maior utilidade!
domingo, janeiro 28
Cozinha Alquímica
sábado, janeiro 27
O Jogo de Futebol
Rapidamente se formaram as equipas, sendo uma delas a “Team PAP”, que se apresentou com apenas quatro jogadores: o professor Miguel Graça e os alunos finalistas Carlos Balbino, Pedro Caseiro e João Vilas. Quanto à outra equipa, tinha na sua constituição dois desconhecidos com ar um pouco abrutalhado, dois garotos do 1º ano (igoramos os seus nomes) e o aluno do 2º ano, Lourenço Esteves.
Várias foram as razões que nos levaram a duvidar do sucesso da “Team PAP”. Para começar, a desvantagem numérica, e, para continuar, tememos que os alunos do 3º ano estivessem ainda, de alguma forma, “em personagem trágica”. Neste caso: Nero, Filoctetes e Édipo. Ora, um louco, um coxo e um cego dificilmente dariam conta do recado, mas a verdade é que deram. E porquê? A resposta é simples, porque a capitanear esta “Team PAP” esteve um brilhante Professor Miguel Graça. Depressa se percebeu que a sua enorme qualidade futebolística não só disfarçava, como colmatava a desvantagem numérica. Aliás, o primeiro lance do encontro é exemplo disso mesmo. O professor Miguel Graça foi avançando pelo meio campo adversário e, explosivo, rematou do meio da rua com tal força, que não só furou a rede como furou a bola. Atemorizada, a equipa adversária tentou equilibrar a situação através de uma marcação cerrada ao Professor Miguel Graça, marcação essa que só se mostrou competente numa coisa, na demonstração cabal da sua própria incompetência. Sem soluções, passados poucos minutos, num acto de desespero, um brutamontes da equipa adversária agrediu selvaticamente o professor Miguel Graça sem que tivesse sido, sequer, assinalada a respectiva falta. Temeu-se o pior e o público inquietou-se. Felizmente para todos, o Professor Miguel Graça aguentou as dores estoicamente até ao final do desafio, não se notando qualquer quebra no seu fabuloso rendimento.
Quanto aos restantes jogadores, não há muito a dizer. Na “Team PAP” verificámos com satisfação que os alunos finalistas da EPTC escolheram para as suas vidas uma carreira teatral e não futebolística. No que toca à equipa adversária, de salientar o guarda-redes Lourenço Esteves que se apresentou num excelente nível, tendo atingido a bonita marca de 35 golos sofridos num único jogo, golos esses que foram em ampla maioria concretizados pelo Professor Miguel Graça (os que não marcou, deu a marcar).
Em suma, uma bela iniciativa. Sem dúvida, a repetir.
sexta-feira, janeiro 26
Luís XIV e a nobre gula...
Serve isto para dizer que o hábito de nos refastelarmos com um só prato a cada refeição seria, por exemplo na França de Luís XIV, entendido pelas classes altas, como uma verdadeira infâmia e ofensa ao apetite. Vigorava à época o hábito de apenas debicar o que de melhor tinha para oferecer cada pitéu. Veja-se o exemplo do monarca citado. Consta que Luís XIV comia de uma assentada perdizes, capões, urogallos e perus. Entenda-se no entanto que não os ingeria na totalidade, mas apenas aquilo que, no entendimento da época, era o regalo de cada prato. Assim, do capão comia o soberano as asas, da perdiz o pescoço e do peru a mitra.
Saciava assim a nobre gula e o que restava, com alguma sorte, apaziguava a fome de alguns súbditos.
quinta-feira, janeiro 25
Tacho
coisas baratas
p’ra dentro de mim.
Água gelada,
logo esquentada
fazendo chinfrim.
Feijão, azeite,
tudo em mim deite,
Senhor Cozinheiro!
Garfo espetado,
gosto provado…
- Mas que rico cheiro!
Tudo em mim fazem!...
Transpiro a imagem
da viva tristeza
de não viajar;
no fogão ficar,
sem nunca ir à Mesa!
Maria Pereira, “Rimas do Quotidiano”, Coisas Simples, 1987
quarta-feira, janeiro 24
Antes de começarem... 3
Diário - um registo pessoal quotidiano de experiências, factos, observações e/ou reflexões. Segue a ordem cronológica e pode descrever um processo de trabalho ou servir de confidente para emoções e opiniões pessoais. A uma pessoa que faça este tipo de escrita, chamamos diarista. Se bem que um diário seja um registo periódico, nem toda a gente escreve entradas diárias. Há pessoas que usam o diário como forma de anotar transacções ou negócios. Sendo acima de tudo uma “obra” muito pessoal, não apresenta limitações quanto aos factos a incluir, gozando ainda de ampla liberdade quanto à forma e estilo.
Alguns dos diaristas mais antigos pertenciam às culturas asiáticas. Por exemplo, as mulheres da corte japonesa tinham diários. No século XVIII, por exemplo, muitos viajantes escreveram e, mais tarde, publicaram diários de viagem.
terça-feira, janeiro 23
Antes de começarem... 2
Prova de Aptidão Profissional
Artigo 19.º
Âmbito e definição
1. A prova de aptidão profissional (PAP) consiste na apresentação e defesa, perante um júri, de um projecto, consubstanciado num produto, material ou intelectual, numa intervenção ou numa actuação, consoante a natureza dos cursos, bem como do respectivo relatório final de realização e apreciação crítica, demonstrativo de saberes e competências profissionais adquiridos ao longo da formação e estruturante do futuro profissional do jovem.
2. O projecto a que se refere o número anterior centra-se em temas e problemas perspectivados e desenvolvidos pelo aluno em estreita ligação com os contextos de trabalho e realiza-se sob orientação e acompanhamento de um ou mais professores.
3. Tendo em conta a natureza do projecto, poderá o mesmo ser desenvolvido em equipa, desde que, em todas as suas fases e momentos de concretização, seja visível e avaliável a contribuição individual específica de cada um dos membros da equipa.
Artigo 20.º
Concepção e concretização do projecto
1. A concretização do projecto compreende três momentos essenciais:
a) Concepção do projecto;
b) Desenvolvimento do projecto devidamente faseado;
c) Auto-avaliação e elaboração do relatório final.
Um tenor cozinheiro
Dobrada à Moda do Porto
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.]
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,]
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
segunda-feira, janeiro 22
Para animar a semana...
Esta é, ao que tudo indica, uma prática ancestral, proveniente de outras regiões e documentada desde a época romana e grega. Entres estes povos os banquetes terminavam com verdadeiros espectáculos. Também na Idade Média o banquete era celebrado com festins que acompanhavam toda a refeição.
Contudo, a verdadeira “Canção de Mesa” nasceu no século XV com Olivier Basselin, um normando amante da sidra, do vinho e dos prazeres da mesa, que criou o vaux de vire, expressão de que derivou mais tarde o termo Vaudeville. Neste tipo de canções verificamos a existência de incitamentos ao comer e beber e interrupções destinadas a permitir um gole de uma bebida. Têm melodias simples e variadas, fáceis de cantar. A grande época da “Canção de Mesa”, em França, situa-se no período do Império e da Restauração, no século XIX. Cantava-se à mesa, à sobremesa, por vezes canções para beber. Havia também as cantigas de festa e de casamento. Surgem pouco depois os jantares cantantes, os jantares de solteirões, os jantares de amigos, etc. Com as mudanças de hábitos, cantar à mesa passou a ser encarado com um acto pequeno burguês e mesmo vulgar.
domingo, janeiro 21
O seu a seu Dono...
sábado, janeiro 20
Notas de Dramaturgia
Poemazinho
Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece
Mário Henrique Leiria
sexta-feira, janeiro 19
Stomp
Os Stomp dividem-se em várias companhias que percorrem o mundo e cada espectáculo é diferente do outro. Para este garante-se muito ritmo, animação, objectos em movimento, criatividade (usam instrumentos pouco convencionais como caixotes de lixo, vassouras, latas e bidões) e algum humor pelo meio. Sem esquecer a prestação de cada performer, que imprime um cunho pessoal importante na coreografia conjunta.
Tragédia
“VI. Definição de tragédia. Partes ou elementos essenciais.” Poética
Séc.s XIX e XX: o conceito desdobra-se e multiplica-se. Na impossibilidade de descrever todos, aqui ficam alguns apontamentos: a tragédia foca-se na família, unidade central da sociedade e se a vida familiar se apresenta doente e corrupta pode minar a nossa confiança na possibilidade de qualquer ordem coerente na sociedade. Em comum com a tragédia clássica tem a exploração da dor de um mundo em que as ficções de uma ordem social racional já não se podem manter. O herói, muitas vezes anti-herói, com frequência se vê confrontado com o pior de si próprio, ao mesmo tempo que se vê confrontado com o que de pior existe no mundo que habita. Daí uma sensação de vazio num mundo que, muitas vezes, se sente como absurdo.
Três Peças para uma Mulher (excerto)
STEPHANIE
Maxie? Maxie, desculpa, tens um minuto? Bem, não é um minuto, são dois dias, pelo menos. Recebi, recebi a tarte de cenoura e os panadinhos de frango e o tacho cheio de chilli com carne. Muito obrigada, querida, mas fizeste comida para um batalhão! Olha que eu agora sou uma mulher solteira. De qualquer modo, obrigada, obrigada a todos. Tu ralas-te e ralhas comigo, mas agora não me interrompas, preciso de falar.
Tenho andado a pensar. A pensar e a lembrar-me e a lembrar-me e a pensar e descobri coisas e cheguei a algumas conclusões. Sou parva! Pior, sou parva e desonesta! Sou parva porque me casei com um homem que nunca amei; e sou desonesta porque fingi que o amava.
Nunca o amei! Eu nem sequer gostava dele. Pensava que o amava porque ele dizia que me amava a mim e... — e foi nessa que eu caí, que nem uma estúpida! Ele foi o primeiro homem a dizer-me “Amo-te!” Imagina! Eu tinha vinte e quatro anos e já andava a começar a pensar que devia ser um nojo, ou que tinha mau hálito, e aparece este homem, um jovem Apolo criado a ovos frescos, sumo de laranja, o fígado mal passado da mãezinha, nos parques de Brooklin High, de olhos verdes e cabelo à Botticelli que até dava vontade de comer e diz “Eu amo-te!” A mim! Quem é que podia resistir? Tinha que ser uma pessoa extraordinária para gostar de mim, e quem era eu para não me apaixonar por uma pessoa extraordinária?
Da peça Desbarato (Yardsale), incluída em Três Peças para uma Mulher, de Arnold Wesker (trad. Maria Velho da Costa e Manuel Cintra). O livro está publicado pela Cotovia, mas não é fácil de arranjar. Quem estiver interessado, pode sempre tentar na sede da editora.
Muita Merda!
quinta-feira, janeiro 18
A Bruxa regressa...
Pronto… já está! Segundo fontes geralmente bem informadas, o vosso contacto semanal com a Bruxa das PAPs terá início dentro de pouco tempo. Na próxima semana, dado que se realiza em Oeiras uma convenção de Magia & Sortilégios, a dita Bruxa estará ocupada a explicar a jovens aprendizes de feiticeiro como se consegue um filtro milagroso para os calos dos dedos. Por isso, o ETA no pátio da EPTC está previsto para o dia 31 de Janeiro, pelas 9 da manhã. Espera-se que não haja turbulência que impeça tão ansiado encontro.
Muita Merda!
Receita para um Exercício de T.P.T.
100 gr. de Ajax
100 gr. de Medeia
100 gr. de Hipólito
1 Prometeu Agrilhoado
1 Ifigénia em Áulide
1 tragédia clássica
1 Euménides
1 dl. de Édipo tinto
1 Agamémnon
Salada
Folhas de Troianas variadas
1 molho pequeno de Antígona
Molho
2 c. sopa de Eurípides
1 c. sopa de Sófocles
1 c. de sobremesa de Esquilo
Confecção
Picam-se grosseiramente o Ajax, a Medeia e o Hipólito. Tiram-se os grilhões ao Prometeu. Espalma-se bem. Limpa-se a tragédia de peles e ossos, abre-se com uma faca afiada e retira-se o coro. Estufam-se os 300 grs de tragédias picadas num refogado de Euménides em cubos pequenos com alho. Refresca-se com o dl. de Édipo tinto. Quando tiver evaporado quase todo, recheia-se a tragédia com este picado e fecha-se com fio de culinária. Vai ao forno numa cama de Agamémnon em juliana e uma Ifigénia, limpa de Áulide, às rodelas.
Assa durante muitas horas de ensaios, virado de vez em quando pela mão do professor. Regar com conselhos, indicações e exercícios. Quando estiver quase assado, estende-se por cima o Prometeu espalmado e pincela-se com gema de ovo. Volta ao forno a corar, durante 10 minutos. Quando estiver bem dourado, retira-se do forno e deixa-se repousar durante um ensaio geral.
Entretanto, numa tigela pequena, juntam-se e batem-se bem o Eurípides, o Sófocles e o Ésquilo.
Fatia-se o assado e emprata-se, dispondo três fatias no centro de um palco, rodeadas de uma salada de Troianas e Antígona, temperada com Fedra, Sartre e pimenta. Fazer passar um fio do molho na borda do palco, de forma a criar uma moldura que rodeie os alimentos. Finalmente, polvilha-se com um pouco de Racine, moído no momento, Serve-se bem quente a um grupo de comensais.
Bom apetite!
Poetas...
na sua língua
com rodelas de tomate
e um fio de azeite
ao correr de cada verso."
José Fanha
Requisitos para uma Boa Cozinha
Leonardo da Vinci, Notas de Cozinha, códice Romanoff
quarta-feira, janeiro 17
Antes de começarem...
A Invenção da Cozinha
À medida que o clima se tornava gélido, os animais cobriam-se de pêlos grossos e a sua carne, depois de mortos, congelava rapidamente. O fogo veio dar solução a este problema, sendo utilizado para descongelar os alimentos. Só mais tarde começaram a ser cozinhados.
Ode à Cebola
luminosa redoma,
pétala a pétala
formou-se a tua formosura,
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra sombria
arredondou-se o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
deu-se o milagre
e quando apareceu
teu rude caule verde,
e nasceram
as tuas folhas como espadas no horto
a terra acumulou seu poderio
mostrando a tua nua transparência,
e como em Afrodite o mar distante
duplicou a magnólia
levantando-lhe os seios,
a terra
fez-te assim,
cebola,
clara como um planeta,
e destinada
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobre
a mesa
dos pobres.
Generosa
Desfazes
teu globo de frescura
na consumação
fervente do cozido,
e o girão de cristal
ao calor inflamado do azeite
transforma-se em ondulada pluma de ouro.
Recordarei também como a tua influência
fecunda o amor da salada
e parece que contribui o céu
dando-te a fina forma do granizo
a celebrar a tua luz picada
sobre os hemisférios de um tomate.
Mas ao alcance
das mãos do povo,
regada com azeite,
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no duro caminho.
Estrela dos pobres,
fada madrinha
envolta
em delicado
papel, tu sais do solo,
eterna, intacta, pura
como semente de astros,
e ao cortar-te
a faca de cozinha
sobe a única lágrima
sem mágoa.
Fizeste-nos chorar mas sem sofrer.
Tudo o que existe celebrei, cebola,
mas para mim és
mais formosa que um pássaro
de plumas ofuscantes,
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina,
baile imóvel
de anémona nevada
e a fragância da terra inteira vive
na tua natureza cristalina.
Entre Tachos e Actores
Assim sendo, também declaro aberta esta cozinha em que, por artes da alquimia, tentaremos ajudar os aspirantes a actores/colheita de 2007 a elaborarem aquele tratado de gastronomia teatral que esperamos que as PAPs venham a ser. Trabalhando entre tachos e actores, estamos aqui para fornecer toda a informação e apoio necessários para o trabalho que vão desenvolver, receber os vossos comentários e dúvidas, contando ainda com a colaboração sempre bem-vinda de colegas que queiram dizer de sua justiça. Os resultados dos vossos esforços, esses, esperamos por eles nas nossas caixas do correio, não aqui.
Prometemos tentar combinar tudo numa poção que, lá para Junho ou Julho, resulte em opíparo repasto a ser servido a amigos, convidados – e júri, lamento! – para satisfação geral.
Sinopses
Bem-vindos
Começo eu.
Este é o blog d’ A Cozinha (a PAP deste ano, para os mais distraídos). Pela parte que me toca, sejam bem-vindos. O blog foi feito para vocês, de maneira que usem e abusem dele.
Estamos a 17 de Janeiro, o que quer dizer que nos próximos cinco meses (mais coisa, menos coisa) eu e a sinistra Bruxa das PAPs vamos andar por aqui (e pela EPTC, obviamente) a dar-vos cabo da cabeça.
Nada a que as meninas e os meninos não estejam habituados, certo?
Enfim...
Ainda estamos no início.