domingo, fevereiro 4

Um Macbeth de Fugir

Há coisas que nunca vou perceber, uma delas é como é que é possível pegar numa das melhores tragédias de sempre e transformá-la em nada, em zero.
Foi, sem dúvida, uma das piores coisas que vi na minha vida (o senhor encenador chama-se Bruno Bravo e deixo-lhe aqui duas informações e uma pergunta:
1) se o objectivo era uma recriação das encenações do século XVII, enganou-se redondamente, uma vez que de certeza que os King’s Men faziam aquilo de uma forma bem mais animada
2) O Macbeth não é nenhum bêbado, de maneira que, das duas uma: ou o senhor não percebeu a peça, ou o João Lagarto estava bêbado (e com falta de ar). De uma maneira ou de outra, a responsabilidade/ incompetência é sempre sua.
3) À saída ainda ouvi alguns actores a comentarem - entre risos - que «ele hoje nem esteve muito mal». Ora, se nem esteve muito mal, como é que será nos dias em que está péssimo?)

Alunos da EPTC, do 1º ao 3º ano, a não ser que queiram ver como é que não se deve representar/ encenar uma peça, até ao dia 15 de Março, fujam do Teatro da Trindade. Evitem este Macbeth a todo o custo, não vão ficar a pensar que aquilo é Shakespeare.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pior que mau!
Já diz o nosso professor João Vasco, que quando uma peça não nos consegue cativar a atenção, começamos a reparar em todos os promenores, alheios ao que se passa no palco.
Pois é! Eu contei os projectores da teia do Trindade, contei quantos rebuçados comeu a senhora que estava ao meu lado(enervante, por sinal!), e ouvi a conversa do casal de trás.
De fugir de facto.

Não que goste muito dele, mas o Sr. João Lagarto, tem aqui provavelmente, o seu pior trabalho.
E por mais que alguns digam o contrário, o Sr. Diogo Dória, deu-me vontade de rir.

Enfim...5 euros bem dados, para aprender aquilo que tentarei nunca fazer em palco.

Anónimo disse...

Subscrevendo as palavras da misteriosa lady stardust.
É pena que interpretes/ encenadores estraguem de todo o trabalho de um dos maiores mestres de sempre.
Espero nunca cair no erro de ficar assim, ou no erro de cair nas mãos de um encenador assim.
Enfim c'est la vie!